1) A troca-conversação, na produção de textos;
2) Colaboração entre autores;
3) Produção de textos pelo sistema de código aberto
Troca - A interatividade dentro da Internet provocou o surgimento do conceito de conversação, ou seja, as pessoas podem trocar informações e conhecimentos. Foi uma inovação tecnológica que permitiu aumentar a interação entre as pessoas.
Quando você troca bens físicos, você ganha algo e perde algo. Quando você troca bens intangíveis como idéias, informações, conhecimentos ou percepções, você ganha sem perder nada. É um negócio bom para os dois lados. Eu te dou uma idéia e você me dá outra, ambos ficamos com duas idéias, porque não perdemos a que tínhamos.
Este conceito de troca é fundamental para entender a velocidade com que as informações e conhecimentos são produzidos na internet. A rapidez é mito maior e mais intensa do que na era analógica, o que sinaliza um periodo de enorme produção intelectual nas próximas décadas, especialmente em segmentos criativos, como texto, audio e imagens.
Quanto mais livre for esta troca mais dinâmico é o processo de geração de novas idéias e conhecimentos, portanto, mais dinâmica é a economia e o desenvolvimento social.
Colaboração - A troca está também na base do princípio da colaboração, que não é outra coisa do que uma conversa ou troca visando um objetivo, comum. O resultado da troca de idéias ou conhecimentos é a colaboração virtual. As pessoas vêem o ganho ao incentivar a circulação de idéias ou conhecimentos, que na verdade é uma cadeia de trocas.
Exemplos OhmyNews e Wikipedia
A generalização da colaboração ainda está limitada por uma série de fatores, o principal deles de ordem cultural. Fomos educados no princípio de que idéias têm que ser protegidas e guardadas, que conhecimentos só devem ser disseminados mediante pagamento. É a cultura de nossos pais e que ainda impregna o ensino. Além disso, as leis limitam a livre circulação de idéias e conhecimentos graças a instituições como marca registrada, direito autoral e caixas pretas.
Código Aberto - Para que a colaboração exista e se desenvolva, ela precisa do fluxo livre de informações e conhecimentos. Ela precisa do que se convencionou chamar de código aberto.
O surgimento da internet só foi possível porque os seus pioneiros adotaram o código aberto como norma. Com isto todos se ajudaram. O código aberto esteve na origem do desenvolvimento dos softwares que marcaram época e dos novos ricos na Web, como é o caso dos donos do Google, do Netscape e o caso do Tom Berners-Lee, o inventor da interface gráfica sobre a qual se desenvolveu a Web, sem nunca ter cobrado direitos autorais.
Caso brasileiro com a polêmica do software livre – Ler o que é software livre http://www.softwarelivre.org/whatisit.php fazer discussão em cima da definição de software livre e a Free Software Foundantion (http://www.fsf.org/)
Caso do Linux e do projeto GNU (http://www.gnu.org/) outro sistema operacional baseado no Linux.
Pagina da wikipédia sobre software livre http://pt.wikipedia.org/wiki/Software_livre
Autoria – A internet está balançando os conceitos sobre propriedade. Aliás, não é a primeira invenção tecnológica a fazer isto. O xerox já foi uma, o vídeo cassete e o cassete foram outras, o DVD etc etc.
A teoria da propriedade foi desenvolvida num mundo onde tudo era mais compartimentado e lento. Com o aumento da velocidade de circulação da informação e do conhecimento, o processo de recombinação também se acelerou.
Todos os grandes inovadores da história da humanidade usaram um sistema muito simples chamado recombinação de idéias. Você recolhe de várias fontes, processa e produz algo novo.
Os capitalistas resolveram ganhar dinheiro e criaram a figura do direito autoral e da marca registrada. Que é uma instituição comercial, que acabou sendo transformada num valor.
Hoje temos um conflito entre uma convenção comercial falsamente transformada num valor social, e o desenvolvimento da cultura digital.
O conflito atual é entre uma visão de passado e outra de futuro. O problema não é a posse de bem materiais, no velho estilo capitalista industrial, mas a posse de conhecimentos e a capacidade de recombiná-los.
Basta comparar os casos do Freqüência Modulada e o da intrincada questão dos direitos autorais na filmagem de um longa metragem ou o caso do Google.
Caso da radio FM e RCA AM (livro Free Culture pág 6) Edwin Armstrong descobriu a freqüência modulada em novembro de 1935. ele era funcionário da RCA na época a maior rede de rádios AM dos EUA. A RCA retardou 15 anos a introdução da FM para não prejudicar seus negócios. Armstrong deixou a RCA e na briga com a empresa pelos direitos autorais, ele acabou perdendo e se suicidando.
Comparação entre uma biblioteca ou arquivo físico e o sistema do Google, que teoricamente, poderia ser considerado o maior violador dos direitos autorais porque tem a sua disposição o maior acervo de informações da história da humanidade e não pagou nada por isto.
Os grandes conflitos por direitos autorais atualmente: cópia de programas de computação e musicas via web. Mas os maiores são entre empresas, copia de linhas de código em softwares.
Novas alternativas – Caso do Creative Commons (Creatividade Coletiva) http://creativecommons.org/
As licenças básicas do Commons são divididas da seguinte forma:
Crédito – O autor da música ou conteúdo pode optar por este tipo de licença se quiser ser creditado sempre que seu trabalho for usado, ter o link de seu site publicado por quem usar seu material.
Uso comercial – Opção por liberar ou não o uso de seu material. O Creative Commons especifica que o usuário consulte o autor para uma possível liberação do conteúdo para fins comerciais.
Derivação – Esta licença indica se o usuário pode ou não remixar uma MP3 ou alterar texto ou imagem de forma total ou parcial.
Compartilhe igual – Quem utilizar o material deve permitir que um terceiro compartilhe da mesma forma. Ou seja, se você usar comercialmente uma MP3 em uma produção áudio-visual em que você obteve lucros, deve permitir que outro utilize o seu trabalho com igualdade de condições.
A grande batalha de digitalização de livros
– Projeto Gutenberg 1970 – 16 mil livros eletrônicos indexados
– Internet Archive - planeja digitalizar um milhão de livros acesso grátis
– Google Prints – Cinco maiores bibliotecas do mundo, incluindo obras sujeitas a direitos autorais. Parte do principio de que o projeto é uma enorme biblioteca, assim não pagará direitos da mesma forma que as bibliotecas não pagam.
– Open Content Alliance – Yahoo, Internet Archive, HP, Adobe, Arquivo Nacional (Inglaterra), Universidade da Califórnia. Banco de dados livre e que você pode montar o seu com material da OCA. Só material de copyright livre ou seguindo as normas do Creative Commons
Recomendo a leitura prévia dos seguintes textos que estão na web:
a) História da internet - especialmente o capítulo Conceitos Iniciais da Internet, no qual se fala sobre a questão da arquitetura (código) aberta http://www.aisa.com.br/historia.html
b) O que é software livre - http://www.softwarelivre.org/whatisit.php
c) Página da Wikipedia sobre software livre – tem exemplos de softwares livres no mercado - http://pt.wikipedia.org/wiki/Software_livre .
d) Direitos Autorais na Era da Informação - http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_autorais_na_era_da_informa%C3%A7%C3%A3o
e) Ler página sobre como contribuir para a Wikipedia. A leitura é importante para publicar textos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Ajuda Em especial a seção como contribuir.
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